terça-feira, 14 de outubro de 2008

A faculdade de deformar as imagens

Pretende-se sempre que a imaginação seja a faculdade de formar imagens. Ora, ela é antes a faculdade de deformar as imagens fornecidas pela percepção, é sobretudo a capacidade de libertar-nos das imagens primeiras, de mudar as imagens. Se não há mudança de imagens, união inesperada das imagens, não há imaginação, não há acção imaginante. (…) O vocábulo fundamental que corresponde à imaginação não é imagem, mas imaginário. O valor de uma imagem mede-se pela extensão de sua auréola imaginária. Graças ao imaginário, a imaginação é essencialmente aberta, evasiva.

BACHELARD, Gaston. O Ar e os Sonhos.(1990) São Paulo: Martins Fontes (p.1)

Sem comentários: